Meu bem, meu mal.
Há abismo no paraíso.
Quando aceito olhar minhas sombras com humanidade, onde havia amarras surgem asas.
Caminho em mim.
Sem roupa, sem julgamentos, sem mágoas.
Inspiro.
Expiro.
Respiro.
Recomeçar não tem fim.
Um dia lamentei minha prisão.
Hoje faço dela poesia.
Não quero ser mais nada além de mim.
Se transitei pela sombra, descobri que a escuridão que já conheço também me seduz.
Meu corpo tatuado pede livramento.
Ser intensa é benção ou maldição?
Sou é fora de ordem, não tenho medo do mal.
Sou mulher gerúndio, afetivamente incorreta.
Continuo sentindo, querendo, perdoando, amando.
Entreaberta.
Aquele que conhece da minha dor e não se faz concreto, parceiro de um prazer meu não será.
Evoluir inclui eliminar.
Nem sempre se volta onde já se foi.
O amanhã me arrancará uma lágrima ou um sorriso?
Tanto faz. Meu avesso veste coragem.
A vida me ensinou a encontrar a luz visitando as sombras.
Conheci minha luz, encarei minhas sombras.
Hoje fecho os olhos e enxergo os sinais que não me cegam mais.
Agradeço a todos nos quais me perdi.
Sagrado é o meu corpo. Metade caos, metade paz.
Imperfeita.
Aprendiz do feminino desconhecido que ainda habita em mim.
Sou mulher.
Mulher demais …